segunda-feira, 22 de março de 2010

A rua e sua irrequieta vida

Uma, duas, três pessoas passam apressadas na rua. Quatro, cinco, seis pessoas passam sem serem notadas na rua. Sete, oito, nove pessoas que se conhecem passam sem se falarem na rua. Dez, onze, doze pessoas perdem alguma coisa na rua. Treze, catorze, quinze pessoas jogam lixo na rua. Dezesseis, dezessete, dezoito pessoas pedem esmola na rua. Dezenove, vinte, vinte e uma pessoas vendem balas na rua. Vinde e duas, vinte e três, vinte e quatro pessoas fazem teatro na rua. Vinte e cinco, vinte e seis, vinte e sete pessoas são assaltadas na rua. Vinte e oito, vinte e nove, trinta pessoas vivem na rua.

E a rua? Bem, a rua é só uma rua e nunca deixará de ser uma rua. Mas mesmo sendo rua, ela dá abrigo a quem precisa, dá dinheiro a algum sortudo, indica o caminho pra alguém perdido, dá trabalho a quem, por ventura, necessitar, oferece um local de encontro aos amigos e ainda pode ser fonte de cultura. No fim, acho que a rua é mais humana do que os humanos que passam por lá.

quarta-feira, 17 de março de 2010

"E Deus fez o homem a sua imagem e semelhança."

Com vocês, redação que me colocou na faculdade õ/

Seja nos princípios religiosos, na evolução das espécies de Darwin ou em qualquer outra teoria que comprove o surgimento do homem, o início da convivência humana provocou, aos poucos, o surgimento de normas e regras com um intuito da boa convivência na sociedade. Lentamente, ao longo da história, criou-se uma consciência coletiva do certo e do errado. Surgem então, comportamentos ditos imorais ou, até mesmo, anti-éticos.
Muitas vezes, o que fere o bem comum e é visto como incorreto não é digno de punição. É um comportamento aceitável judicialmente mas, por alguns, condenável moralmente. As incivilidades estão presentes diariamente no meio em que vivemos. Sua não eceitação não é apenas moral. Há casos em que passa a ter consequências ambientais, como jogar lixo em locais não apropriados. Destinar o lixo ao seu destino correto é um ato de cidadania que, se não feito, pode gerar alagamentos e poluir os recursos naturais. Outro ato simples; prejudicial, entretanto, é desreipeitar as vagas preferenciais nos estacionamentos. Mesmo que o motorista esteja atrasado, usufruir de uma vaga destinada a deficientes, por exemplo, não o fará ganhar muito tempo e, por consequência, ainda provoca todo o transtorno a quem realmente precisa.
Há outros fatos, para os quais a sociedade instituiu punições, tornando-se, assim, ilegais perante a lei. Da mesma forma como acontece nas atitudes imorais, os comportamentos anti-éticos são prejudiciais à sociedade. De uma simples vantagem pessoal, a sonegação de impostos gera grandes transtornos. Grande parte dos recursos que, teoricamente, seriam destinados às demandas populacionais passam a não ser recolhidos. Saúde, educação, segurança e outros serviços passam a não mais disponibilizar a qualidade e a eficiência, às vezes, exigida pelos habitantes.
Todas as leis e regras criadas ao longo da evolução humana prezam a construção de uma sociedade harmoniosa. Acontecimentos que fogem do considerado correto - sejam eles dignos de punição ou não -, vão diluindo a harmonia com uma espécie de insatisfação coletiva. Impedindo, assim, a construção de uma sociedade sadia que, nos dias de hoje, é considerada praticamente utópica.
As Crônicas de Gelo e Fogo